O mercado financeiro refletia nesta quinta-feira (10) temores sobre a agenda fiscal do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto investidores digeriam os dados do IPCA de outubro, que mostravam uma aceleração da inflação doméstica.
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Lula disse nesta quinta que "algumas coisas encaradas como gastos nesse país vão passar a ser vistas como investimentos". O petista criticou a reforma da Previdência do governo de Jair Bolsonaro (PL) e as mudanças na legislação trabalhista feitas na gestão do ex-presidente Michel Temer.
Também afirmou que a Petrobras não será fatiada e descartou privatizar Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.
Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, comentou que o mercado tende a reagir quando discursos de governantes passam a mensagem de que é necessário gastar além do limite para atender demandas sociais.
"Hoje tivemos um forte gatilho com o discurso de Lula trazendo uma relação dicotômica entre responsabilidade fiscal e gasto social", disse Sanchez. "O mercado ou quem prega responsabilidade fiscal não é contra a assistência social."
A volta da inflação no país também contribuía para o mau humor do mercado doméstico. Após três meses consecutivos de deflação, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) voltou a subir em outubro, informou nesta quinta o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Puxado pelos alimentos, o indicador oficial de inflação do país teve alta de 0,59% no mês passado. A taxa ficou acima das projeções de analistas consultados pela agência Bloomberg, que esperavam avanço de 0,49%.
Na véspera, o mercado de ações já tinha recuado devido à frustração de investidores internacionais com o desempenho abaixo do esperado do Partido Republicano nas eleições de meio de mandato, o que também provocou alta global do dólar.
Fonte: Folha de SP
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