Morreu neste sábado a tarde no Hospital Miguel Arraes em Paulista a cantora Selma do Coco

Faleceu às 16h50 deste sábado (9), a artista Selma Ferreira da Silva, conhecida como Selma do Coco. Ela teve falência múltipla dos órgãos após 29 dias de internamento no Hospital Miguel Arraes, em Paulista. 

A cantora e compositora havia dado entrada no hospital após ter fraturado o fêmur em uma queda. Minutos antes da morte, Selma teve uma parada cardíaca, chegando a ser reanimada, mas não resistiu.

Durante a semana a cantora foi transferida para o Hospital da Restauração, onde passou por bateria de exames que detectou uma infecção urinária. Na quinta-feira (23), ela passou por uma cirurgia para correção da fratura. Desde então, vinha sendo tratada com diálise, após complicações nos rins.

Selma do Coco foi internada com fratura após queda
em casa. (Foto: Inaldo Menezes/PCR/Divulgação)

Festejada pelos mangueboys e manguegirls, ela foi atração do festival Abril Pro Rock 1996, ao lado de nomes como Mundo Livre S/A, Camisa de Vênus e Chico Science & Nação Zumbi. A consagração veio com o hit "A rolinha", sucesso nos carnavais do final dos anos 1990. O primeiro disco, "Minha história", saiu em 1998. Nas letras, a cantora faz questão de reafirmar suas origens. "Eu moro em Olinda, canto coco há muitos anos, em todo canto, que beleza!".

O sucesso de Selma do Coco serviu de inspiração para o minidocumentário "Som da Rua", lançado em 1997 por Roberto Berliner. No filme, que pode ser conferido aqui, Dona Selma fala sobre as influências e origens do coco. Ganhou Menção Especial do Juri no Mostra Internacional do Filme Etnográfico/RJ - 1998, além do prêmio Sol de Prata no Rio Cine, em 1997.

Dona Selma também foi atração do prestigiado festival de jazz de New Orleans, nos EUA. Ela representou o Brasil na edição de 2001, ao lado de nomes como Hermeto Pascoal, Chico César, Cascabulho e o Maracatu Nação Pernambuco. 

Em 2008, a coquista foi agraciada com o título de Patrimônio Vivo do estado de Pernambuco, um reconhecimento pelo trabalho desempenhado no âmbito da cultura pernambucana. E, em agosto de 2010, foi homenageada pelo Ministério da cultura e pelas comemorações dos 22 anos da Fundação Palmares, como uma das divas da cultura negra brasileira (Afro-brasileira), na área do segmento artístico, perdendo apenas, em votação online, para Chica Xavier, atriz consagrada e estrela global.




Fonte: Diário de Pernambuco