As novas regras que facilitam a retomada de veículos cujos donos estão com financiamento em atraso devem reduzir os juros para bons pagadores. Essa é a expectativa da Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras).

A nova lei, que entrou em vigor há uma semana, desburocratiza o processo de apreensão de veículos de mutuários com atraso no pagamento dos financamento, que hoje pode levar mais de um ano. Com isso, a expectativa é que o prazo caia para três meses, e os bancos aumenten o volume de crédito e reduzam as taxas de juros.

"Uma vez que a perda de veículos por falta de pagamento diminui, as taxas diminuem", prevê Décio Carbonari, presidente da Anef.

Antes, as instituições financeiras dependiam de uma liminar expedida por juiz para iniciar o processo de retomada do bem. A ação judicial também só poderia ocorrer depois de três meses de atraso nos pagamentos. Agora, o procedimento pode ser executado por meio de carta registrada entregue ao devedor, logo após uma parcela não ter sido paga (veja novas regras acima).

Hoje, além do prazo longo, recuperar um carro em inadimplência custa entre R$ 4 mil e R$ 14 mil. O cálculo inclui custos com advogados, quitação de multas e impostos não pagos e gastos com leiloeiro.

A mudança deve ajudar a aumentar as vendas de carros neste fim de ano, acredita Luiz Moan, presidente da Anfavea (associação das montadoras).

Para Maria Inês Dolci, coordenadora da Pro Teste (associação de defesa do consumidor), a nova lei está na contramão das medidas de facilitação de crédito: "Houve a ilusão de que as pessoas poderiam adquirir um carro. Agora, elas se veem na inadimplência, sem ter sequer uma ação ajuizada e uma discussão para renegociação".



Fonte: D. Jornal