Uma menina recém-nascida na China parecia estar “grávida” de seus gêmeos.


O bebê, nascido no Queen Elizabeth Hospital, em Hong Kong, passou por uma cirurgia com apenas três semanas de vida para a remoção dos fetos que possuíam pouco mais de dois meses de gestação. É o primeiro caso de fetus-in-fetu documentado na cidade, uma condição extremamente rara, que ocorre em um em cada 500 mil nascimentos.

Com os exames pré-natais, acreditava-se que a mãe estava grávida de trigêmeos. Porém, a bebê estava com seus irmãos dentro de seu corpo. Cada um dos fetos tinha quatro membros, uma coluna vertebral, caixa torácica, intestinos e ânus, mas eram diferentes no peso (14,2 gramas e 9,3 gramas). Eles estavam com um cordão umbilical conectados a uma única placenta.

O corpo médico ficou preocupado com a condição e teve muito medo de cometer erros no tratamento. “É impossível a menina ter concebido a gravidez por conta própria, a fertilização dos fetos dos gêmeos pertence a seus pais, mas os fetos foram para o lugar errado. Era quase impossível de detectar isso durante o pré-natal, pois o embrião no interior do bebê era muito pequeno", disse o Dr. Yu Kai-Man, especialista em obstetrícia e ginecologia. A garota, felizmente, teve uma boa recuperação e foi para casa oito dias após a cirurgia.

Existem apenas 22 casos de fetus-in-fetu relatados, situação que pode acontecer de diferentes formas. A garota chinesa possuía uma massa de tecido fetal entre seu fígado e rim esquerdo. Os médicos acreditam que os dois fetos estavam separados, pois após a remoção havia duas estruturas fetais parcialmente formadas individualmente.

Alguns especialistas acreditam que a condição pode ter ocorrido pode conta de um aborto realizado anteriormente. Também há a possibilidade de a massa ser um tumor não cancerígeno, conhecido como teratoma, que possui tecido, cabelo e dentes. A causa ainda está sendo investigada.

Um caso semelhante aconteceu em 2012, quando uma bebê chinesa nasceu com um terceiro braço saindo de suas costas, juntamente com os restos de um gêmeo parasita, enquanto ainda estava no útero. O braço pertencia ao gêmeo idêntico que não conseguiu se desenvolver fora do corpo da irmã.

Os casos de fetus-in-fetu podem ser evitados com exames frequentes e detecção precoce. "O uso generalizado de ultrassom pré-natal no início da gestação pode fornecer evidências mais concretas e lançar luz sobre esta condição intrigante", explicaram os pesquisadores.



Fonte: JC/Medical Daily 
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