Sobreviventes foram resgatados por um navio mercanteFoto: GIOVANNI ISOLINO / AFP

Até 700 imigrantes podem ter morrido no naufrágio de um barco na costa da Líbia, informou neste domingo um porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur). O navio afundou a cerca de 110 quilômetros da costa, e levava mais de 700 pessoas a bordo, segundo explicaram os 28 sobreviventes resgatados por um navio mercante, disse Carlotta Sami, porta-voz do Acnur na Itália, à rede de televisão italiana Rainews24.

Se esses números forem confirmados, será "a pior tragédia jamais vista no Mediterrâneo", afirmou a porta-voz. Até agora, 21 corpos foram recuperados, segundo a imprensa italiana.Leia todas as notícias do dia

O navio lançou um aviso no domingo de manhã, sendo captado pela guarda costeira italiana, que alertou um navio cargueiro português localizado na área. Quando o cargueiro chegou, cerca de 220 quilômetros ao sul da ilha italiana de Lampedusa, a tripulação avistou o barco, de acordo com o Acnur.

— Mas as pessoas do navio em perigo correram todas para o mesmo lado, o que pode ter causado o desastre — disse a porta-voz.

Nas últimas duas semanas, dois acidentes semelhantes no Mediterrâneo deixaram cerca de 450 mortos.

União Europeia fará reunião de emergência

A União Europeia (UE) vai promover uma reunião de emergência com os ministros do Interior e dos Negócios Estrangeiros por causa do naufrágio da embarcação. O presidente francês François Hollande, que tinha sugerido a realização de uma reunião de emergência dos países da UE, afirmou que o naufrágio pode ser uma das "maiores catástrofes" dos últimos anos no Mediterrâneo, caso seja confirmado o número de vítimas.

O chefe de Estado francês disse ainda que a Europa deve agir diante do aumento da "situação dramática" em relação à imigração que se verifica desde o início do ano. Depois de ter mantido contato com o governo italiano, o presidente francês disse à estação de televisão Canal+ que é necessário reforçar o número de navios de salvamento e de meios aéreos no Mediterrâneo. Para Hollande, são necessárias medidas de combate às redes de tráfico de imigração irregular, organizações que comparou a terroristas.

— Os traficantes que metem as pessoas nos barcos são traficantes. São terroristas porque sabem perfeitamente que essas embarcações não têm condições e podem naufragar, pondo centenas de pessoas em perigo — disse o presidente.




Fonte:ZH notícias/AFP e Agência Brasil