Na poeira da sala de reboco
o sertão está sempre reunido



Numa casa de taipa no sertão
A parede de barro é rebocada
Com colher de pedreiro é inaugurada
Com a festa da "Grande Reunião"
A quadrilha se espalha no oitão
Depois dentro da casa no espremido
O xaxado ao deixar o chão batido
Bacamarte lá fora dá pipoco
Na poeira da sala de reboco
O sertão está sempre reunido

Beradeiro do Rio São Francisco
Quando tira da mala a concertina
Dá uma nota que agita a dançarina
Rodopia no vento e sai corisco
Chego perto da moça e lhe belisco
A cintura, ela olha, eu convido
Pra dançar no salão fui atendido
Dancei xote, baião, xaxado e coco
Na poeira da sala de reboco
O sertão está sempre reunido

Marcolino, cantou a experiência 
Que viveu numa casa do sertão
Pra mulher que tocou seu coração
Uma música, fez com grande essência
Constatou no final dessa vivência
Que o amor nele tinha florescido
Mas depois pelo tempo foi punido
Pois o tempo com os dois ficou bem pouco
Na poeira da sala de reboco
O sertão está sempre reunido


(Autor desconhecido)