O presidente americano, Barack Obama, anunciou ontem que os Estados Unidos vão liderar uma coalizão internacional contra os extremistas do grupo Estado Islâmico, mas salientou que ação envolverá ataques aéreos, e não o envio de soldados para o Oriente Médio.

"Hoje, junto ao novo governo iraquiano e seguindo as consultas a aliados internacionais e ao Congresso, eu posso anunciar que a América vai liderar uma ampla coalizão para enfraquecer e por fim destruir essa ameaça terrorista", disse Obama.

O presidente americano deixou claro que "vai demorar pra erradicar um 'câncer' como o EI", mas adiantou que não enviará tropas terrestres, diferentemente das invasões no Iraque e no Afeganistão feitas pela gestão G.W. Bush.

"Esta campanha contraterrorista será realizada em um esforço estável, sem descanso para derrubar o EI onde quer que ele exista, usando nosso poderio aéreo e o apoio de forças aliadas por terra. Esta estratégia de acabar com terroristas que nos ameaçam, enquanto apoiamos parceiros nas linhas de frente, é o que conseguimos com sucesso no Iê-men e na Somália por anos", afirmou Obama.

Parceria com rebeldes

Na Síria, o governo americano procura melhorar sua relação com a oposição a Bashar al-Assad. Obama pediu autorização ao Congresso para mandar dinheiro, armas e treinamento aos grupos rebeldes, que lutariam com o EI, uma vez que, segundo o presidente americano "não se pode confiar no regime de Assad, que aterroriza seu povo, um regime que não vai reaver sua legitimidade".

A medida recordou momentos anteriores da história bélica americana, em que grupos foram armados para enfrentamento de inimigos comuns. Porém, a estratégia é de grande risco: tanto no Afeganistão quanto no Iraque, ela permitiu a ascensão ao poder do regime talibã e do partido de Saddam Hussein respectivamente - ambos foram combatidos pelos EUA décadas depois.

Feito um dia antes do 11 de Setembro e pontuado por memórias cívicas, o discurso procurou não fomentar o ódio à comunidade muçulmana. Obama salientou que o grupo não é "nem islâmico", por perpetrar assassinatos, "nem um Estado", já que não é reconhecido por nenhum outro país.

Envio de dinheiro

Antes, Obama autorizou o envio ao governo iraquiano de US$ 25 milhões para "assistência militar imediata". O dinheiro será aplicado em treinamento de soldados no Curdistão iraquiano, principal linha de frente dos conflitos com os extremistas no Iraque.

De acordo com a Secretaria de Estado, outros US$ 48 milhões serão enviados para o Oriente Médio em um pacote de ajuda humanitária, US$ 37 milhões para ONGs no Iraque e US$ 11 milhões para assistir refugiados iraquianos na Jordânia, Líbano e Síria.



Fonte: D. Jornal