Práticas ilegais vão desde o não envio de contratos até o estupro de pacientes

Roger Abdelmassih, condenado a 278 anos de prisão (divulgação)


O médico que teve sua licença cassada após condenação por 56 estupros a pacientes, Roger Abdelmassih, pode ter vitimado 20 mil vítimas, estima o promotor Roberto Senise Lisboa, com base em um levantamento feito pelo Ministério Público.

As ações ilegais, no entanto, não são apenas de abusos sexuais, mas incluem até irregularidades em contratos entre sua clínica de reprodução assistida e os casais que tentavam ter filhos.

“Foram detectadas práticas abusivas, ilícitas como não fornecer exames aos pacientes, não fornecer segunda via de contrato, mandá-las assinar autorizações enquanto estavam sedadas e não mostrar a elas o destino dos embriões não utilizados nas fertilizações”, enumerou o promotor. “Cerca de 20 mil pessoas foram vítimas, segundo levantamento do Ministério Público”, afirmou.

Família de Larissa defende Roger Abdelmassih

O pai e a irmã da mulher de Roger Abdelmassih afirmaram que acreditam na inocência do ex-médico. Moradores de Jaboticabal, no interior do estado de São Paulo, os parentes da ex-procuradora Larissa Maria Sacco afirmaram haver “mentiras” e “absurdos” nas acusações de estupros e abusos que levaram à condenação de Abdelmassih.

“Tem muita mentira”, afirmou. Maria Cândida, irmã mais velha de Larissa, revelou que Larissa não permanecerá no Paraguai. “Lá ela não vai ficar. Nem ela sabe ainda (para onde irá)”, explicou.

O ex-médico foi preso na terça-feira (19) em Assunção. Ele foi expulso e cumpre pena em Tremembé, no interior de São Paulo. Abdelmassih tem 70 anos e era considerado um dos principais especialistas em reprodução humana no Brasil. Ele foi condenado pela Justiça a 278 anos de reclusão pelos crimes de estupro e atentado violento ao pudor contra pacientes.

De acordo com Maria Cândida, sua família está muito abalada com a prisão de Roger e os desdobramentos do caso. “Nós estamos muito cansados, há tempos já, passando por uma situação nada agradável para nós, de exposição da família, que não tinha nada a ver, só o que fizeram com a gente em função disso”, explicou.

Para Maria Cândida, Roger Abdelmassih não cometeu nenhum crime. “Nós acreditamos na inocência. No nível que estão falando das coisas é um absurdo. Isso é um absurdo. Nós não acreditamos em nada disso porque nós conhecemos a pessoa”.



Informações de 247 e G1