Campanha exibe crianças "adultizadas" e gera revolta no Facebook. Imagens mostram crianças apenas de fralda com as pernas semi abertas, maquiagem e joias em excesso e calçados de couro muito acima do seu número.
A ideia era mostrar o interesse das filhas pelos acessórios utilizados pela mãe — como joias, sapatos e maquiagem.
Mas o efeito que uma campanha para o mês das crianças da varejista cearense Couro Fino gerou em seus consumidores não foi o esperado: nas redes sociais, as imagens da campanha sofrem uma forte rejeição por conta do que as pessoas consideram “adultização” e “erotização” das crianças.
Uma imagem registrada por uma fotógrafa amadora mostra um cartaz em frente a uma das lojas da marca: a publicidade mostra uma criança apenas de fralda com as pernas semi abertas, maquiagem e joias em excesso e calçados de couro muito acima do seu número.
“É certo que menininhas calçam os sapatos das mães. E isso é uma gracinha mesmo! Mas, para falar disso, é necessário maquiar, de forma carregada, e colocá-la de pernas abertas? A menininha com as sandálias da mãe poderia ser mostrada, sem nenhuma conotação sensual”, afirma Hermínia Lima, autora da fotografia, na descrição da imagem — que, até agora, conta com pouco mais de 280 compartilhamentos e 31 comentários. (Atualização: a imagem foi apagada)
Na fanpage da marca, onde estão publicadas as fotografias oficiais da campanha — incluindo na imagem de capa –, as reações são semelhantes: mais comentários reprovando as imagens da campanha do que reações positivas. Algumas pessoas afirmam já ter denunciado a publicidade ao Conselho de Autorregulamentação Publicitária (Conar).
“Sou consumidor… Tenho uma filha de 5 anos, ela brinca com as roupas e sapatos da mãe, ela tem prazer em se vestir como a mãe, mas infelizmente vocês deturparam a inocência de uma criança, exageraram na comparação e inseriram uma personalidade “erótica” a uma criança… Meus pêsames por esta campanha agressiva”, escreveu o consumidor Marcos Lima.
A publicidade infantil é um tema que está se tornando cada vez mais sensível. Embora as crianças representem um vasto público consumidor, com forte apelo de compra, a publicidade agressiva direcionada para elas — ou que as utilizam em determinadas situações — não é bem vista.
Foto: Couro Fino/reprodução
Reportagem: Pragmatismo Político
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