Envolvido na máfia de ingressos, executivo do COI é preso em hotel no Rio

ESPN.COM.BR
A polícia do Rio prendeu na manhã desta quarta-feira um importante membro do Comitê Executivo do COI, Patrick Hickey. Ele é também presidente do Comitê Olímpico da Irlanda. O dirigente foi preso em um dos luxuosos hotéis da chamada "Família Olímpica", na Barra da Tijuca. Ele é acusado de envolvimento numa máfia de venda ilegal de ingressos.

Hickey é presidente do comitê irlandês desde 1989 e tem grande trânsito com o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach. O dirigente está hospedado no mesmo hotel em que Patrick foi preso. 

Também tiveram a prisão decretada Ken Murray, Michael Glynn e Eamon Collins, todos da empresa Pro 10, credenciada para venda de ingresso na Olimpíada.

"Uma dinâmica que já havia sido identificada na Europa, mas não havia sido materializada. Já havia indiícios de que isso acontecia. Ingressos que eram repassados para os comitês eram revendidos por eles a preços maiores, através de empresas criadas pelos mesmos e seus parceiros", disse o delegado titular do Núcleo de Apoio aos Grandes Eventos (Nage), Ricardo Barboza.

Na última segunda-feira, a Justiça já havia decretado a prisão de quatro executivos da empresa irlandesa THG, parceira do COI até a Olimpíada de Londres. Entre eles, o dono do grupo, Marcus Evans e o milionário inglês Martin Studd, acusados de praticar venda ilegal de ingressos em eventos esportivos.

A operação provocou visita do ministro do Esporte da Irlanda ao Brasil, Shane Ross. A autoridade se reuniu com Hichey, pedindo investigação paralela e independente sobre o esquema. Mas, para a surpresa dos jornalistas irlandeses, após o encontro, o ministro informou que o presidente do Comitê Olímpico da Irlanda se negou a aprofundar as investigações.

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Na última segunda-feira, a Justiça já havia decretado a prisão de quatro executivos da empresa irlandesa THG, parceira do COI até a Olimpíada de Londres. Entre eles, o dono do grupo, Marcus Evans e o milionário inglês Martin Studd, acusados de praticar venda ilegal de ingressos em eventos esportivos.

A operação provocou visita do ministro do Esporte da Irlanda ao Brasil, Shane Ross. A autoridade se reuniu com Hichey, pedindo investigação paralela e independente sobre o esquema. Mas, para a surpresa dos jornalistas irlandeses, após o encontro, o ministro informou que o presidente do Comitê Olímpico da Irlanda se negou a aprofundar as investigações.

As prisões foram decretadas pelo Juizado Especial do Torcedor. Todos foram indiciados pelos crimes de facilitação de cambismo, marketing de emboscada e formação de quadrilha.

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Os outros presos

Marcus Evans é dono de uma fortuna avaliada em mais de R$ 3 bilhões. Suas companhias estão em 23 países ao redor do mundo, com mais de 3 mil funcionários. Os mandados de prisão são decorrentes de operação realizada na semana passada pelo Núcleo de Apoio aos Grandes Eventos (Nage) em que o irlandês Kevin James foi preso. Com ele, a polícia apreendeu 813 ingressos que seriam vendidos ilegalmente na Olimpíada. Ele é funcionário da THG, empresa que comercializa ingressos para eventos esportivos em todo o mundo.

Segundo delegado que participa da operação, Aloysio Falcão, no dia da prisão de Kevin, os executivos se falaram durante todo o tempo. Marcus Evans era chamado pelo preso como Paul Bruce. Ele, que também é dono de um time de futebol Ipswich Town, na Inglaterra, estava com viagem programada para o Brasil, mas após a operação, desistiu de vir.

Os outros executivos que tiveram mandado de prisão decretado no início da semana foram David Gilmore, irlandês, e Marteen Van Os, holandês e braço direito de Evans na Europa. Ele controla, segundo a polícia, 20 empresas do grupo.

Clientes enganados

Na cerimônia de abertura, a empresa lesou diversos clientes. Pelo menos sete vítimas do grupo foram ouvidas pela polícia. Pessoas que compraram o pacote para assistirem à cerimônia com coquetel prévio no Copacabana Palace, na zona sul, mas que acabaram recebendo uma festa menor, em hotel na Barra da Tijuca. A estimativa da polícia é que somente na abertura, eles teriam faturado R$ 10 milhões.

Segundo a imprensa estrangeira, na Eurocopa de 2016, a THG, foi a empresa escolhida para comercializar os ingressos.




ESPN/UOL