Único foragido da operação Turbulência, Paulo Morato foi encontrado morto em um motel na última semana. Laudo do IML revela que ele morreu por envenenamento. Morato é considerado o “testa de ferro” da organização criminosa que abastecia com dinheiro as campanhas de Eduardo Campos

(Imagem: Motel onde o corpo de Paulo César Morato foi encontrado)

Investigado pela Operação Turbulência, da Polícia Federal, o empresário Paulo César Morato, 49 anos, morreu vítima de envenenamento por uma substância mais conhecida como “chumbinho”, usada comumente como raticida.

A informação foi confirmada na tarde desta quinta-feira pela Secretaria de Defesa Social de Pernambuco. Segundo o órgão, ainda não é possível afirmar se Morato ingeriu o veneno por vontade própria ou foi vítima de homicídio. O corpo foi liberado pelo Instituto Médico Legal (IML).

Morato, único foragido da operação, foi encontrado morto no Motel Tititi, em Olinda (PE), há uma semana. Segundo a PF, ele era testa de ferro de um esquema que usou empresas fantasmas para financiar as campanhas do ex-governador Eduardo Campos, em 2010 e 2014, com dinheiro de propina de obras da Petrobras e da transposição do Rio São Francisco.

O empresário foi identificado como dono da Câmara & Vasconcelos, uma empresa de fachada, que teria recebido R$ 18,8 milhões da OAS, como suposto pagamento por serviços nas obras da transposição. O dinheiro, suspeita a PF, pode ter sido usado para financiar a compra do avião em que estava Campos e que caiu em Santos, em agosto de 2014, matando sete pessoas.

No início da semana, o Sindicato dos Policiais de Pernambuco (Sinpol-PE) acionou o Ministério Público do Estado, para solicitar explicações sobre o fato de uma equipe de peritos não ter conseguido concluir a coleta de impressões digitais no quarto onde Morato foi encontrado. De última hora, a operação foi suspensa pela Polícia Científica, levantando suspeitas de interferência política nas investigações.

A secretaria assumiu que houve uma “falha de comunicação” entre peritos e policiais, mas considerou “absurda” a ideia de que possa estar havendo uma acobertamento de homicídio no caso.




Pragmatismo Político