Após operar em queda durante a maior parte da sessão, o dólar comercial inverteu o movimento no final da tarde e fechou esta quarta-feira (28) com alta de 0,6%, valendo R$ 3,92 na venda.

Na véspera, o dólar havia caído 0,51%. No mês, a moeda acumula queda de 1,14% e, no ano, valorização de 47,44%. 

A reviravolta na cotação do dólar aconteceu após o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) anunciar que manteve a taxa de juros no país próxima de zero.

Apesar de a manutenção da taxa ser esperada por investidores, o Fed deixou em aberto a possibilidade de elevar os juros em sua próxima reunião, em dezembro.

Uma alta dos juros dos Estados Unidos poderia atrair para lá recursos atualmente investidos em mercados com taxas maiores, como o Brasil, e deixaria o dólar mais caro por aqui.
Preocupação com contas do governo

No cenário nacional, investidores continuavam preocupados com as contas do governo e com a política.

Na véspera, o governo oficializou que deve fechar 2015 com rombo de R$ 51,8 bilhões nas contas. O valor pode ser ainda maior porque não inclui o pagamento das chamadas "pedaladas fiscais".

Isso aumenta o temor do mercado de que o país possa perder seu selo de bom pagador com outras agências de classificação de risco, além da Standard & Poor's, que rebaixou a nota brasileira em setembro.
Atuações do BC

Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade à rolagem dos contratos de swap cambial (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em novembro, vendendo a oferta total de até 10.275 contratos.

Até agora, o BC já rolou US$ 9,727 bilhõe, ou cerca de 95% do lote total, que corresponde a US$ 10,278 bilhões.

Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.



Uol/Reuters