Os cientistas descobriram um mecanismo que pode ajudá-los a evitar que o câncer de mama se espalhe para os ossos.

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Isso representa um avanço que poderia melhorar as taxas de sobrevivência de milhares de pacientes. E ainda mais empolgante, eles também encontraram um medicamento existente que pode impedir que a metástase aconteça em camundongos.

A equipe descobriu que antes de um tumor se espalhar, ele libera uma enzima que começa a quebrar o tecido ósseo, acarretando na formação de buracos, preparando-os para a chegada das células cancerígenas. Eles agora esperam que, ao bloquear esta enzima, conhecida como lisil oxidase ou LOX, possam ser capazes de interromper a progressão da doença em alguns pacientes.

Na publicação, divulgada na revista Nature, os pesquisadores explicam que os resultados poderiam ajudar as quase 12.000 pessoas no Reino Unido, 40.000 nos EUA, e 3.000 na Austrália, que morrem de câncer de mama anualmente. A maior parte dessas mortes ocorrem após a doença se espalhar para outras partes do corpo, em um processo conhecido como metástase. Em cerca de 85% destes casos, a estrutura óssea é o primeiro local de ataque do câncer de mama.

"Estamos realmente animados com os nossos resultados, que mostram que os tumores de câncer de mama enviam sinais para destruir o osso antes das células cancerígenas chegarem lá, preparando o local para a chegada das células", disse um dos principais pesquisadores do estudo, Alison Gartland, da Universidade de Sheffield, no Reino Unido. "Este é um importante progresso na luta contra a metástase do câncer de mama e essas descobertas podem levar a novos tratamentos para interromper tumores de mama secundários que crescem no osso, aumentando as chances de sobrevivência em milhares de pacientes".

Os pesquisadores também mostraram que, em ratos, uma classe de drogas chamadas bisfosfonatos, que são usados ​​para tratar a perda de massa óssea em pacientes com osteoporose, foi capaz de evitar que os buracos se formassem nos ossos, interrompendo a propagação do câncer de mama.

A descoberta se aplica apenas à cerca de um terço dos pacientes que têm estrogênio receptor negativo (ER negativo) de câncer de mama, tornando particularmente difícil o tratamento para os médicos.

"O próximo passo é descobrir exatamente como o tumor secretado com a LOX interage com as células ósseas, sendo capaz de desenvolver novos medicamentos para evitar a formação de lesões ósseas e metástase do câncer", disse Gartland. A pesquisa também poderia levar a novos tratamentos para debilitantes de condições ósseas.



Fonte: J. Ciência