O dólar comercial registrou a segunda alta seguida nesta terça-feira (3), com valorização de 1,14%, a R$ 2,928 na venda. É o maior valor de fechamento desde 2 de setembro de 2004, quando foi a R$ 2,94, e a primeira vez que a moeda fecha acima de R$ 2,92 desde então.

Na véspera, a moeda norte-americana havia subido 1,37%.

Os investidores estão preocupados com a economia brasileira, diante da perspectiva de que a inflação feche 2015 acima de 7% e a economia encolha.

O escândalo de corrupção na Petrobras também contribui para diminuir o interesse do Brasil junto aos investidores. Está previsto que a Procuradoria-Geral da República (PGR) envie ao Supremo Tribunal Federal (STF), entre terça e quarta-feira, uma lista com o nome dos políticos envolvidos na operação Lava-Jato.

"O mercado não tem informações novas, mas há muita especulação", disse à Reuters o economista-chefe do Espírito Santo Investment Bank, Jankiel Santos.

Soma-se a isso dúvidas sobre o futuro das intervenções diárias do Banco Central no mercado de câmbio, marcadas para durar, pelo menos, até o fim deste mês. O BC sinalizou que pode enxugar a quantidade de dólares disponível no mercado, o que pode fazer a moeda ficar mais cara. 

"Já tem gente se preparando para (a cotação de) R$ 3", disse o operador de um importante banco nacional.
Atuação do BC no mercado de câmbio

O BC manteve seu programa de intervenções no mercado de câmbio, mas agora com metade da oferta.

Foram vendidos 2.000 contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares): 1.400 com vencimento em 1º de dezembro deste ano, e os outros 600 para 1º de fevereiro do ano que vem.

O Bc também realizou mais um leilão para rolar parte dos contratos que vencem em 1º de abril. Foram vendidos 7.400 contratos: 3.450 com vencimento em 1º de abril de 2016, e os outros 3.950 para 1º de junho do ano que vem.

A operação movimentou o equivalente a US$ 358,9 milhões. Ao todo, o BC já rolou o equivalente a US$ 718 milhões, ou cerca de 7% do lote total, correspondente a US$ 9,964 bilhões.

Fonte: uol/Reuters)