No país de 56 mil homicídios por ano, as polícias contribuem de forma alarmante para os dados lamentáveis.

Segundo a oitava edição do anúario da ONG Fórum Brasileiro de Segurança Pública, os policiais brasileiros mataram 11.197 pessoas em confrontos entre 2009 e 2013. O total é um pouco superior às mortes cometidas pelas polícias dos Estados Unidos ao longo de 30 anos: 11.090 óbitos.

Em 2013, morreram 2.212 pessoas pelas mãos dos policiais, uma diminuição em relação a 2012, quando houve 2.332 homicídios.

De acordo com a diretora-executiva do fórum, Samira Bueno, os dados só permitem comemorar a redução de homicídios no Rio de Janeiro, atribuída à política das UPPs no Estado - e ainda assim com ressalvas.

Em 2009, a polícia fluminense foi responsável por 1.049 homicídios. Em 2013, o número caiu para 416 mortes por policiais.

Em São Paulo, a queda também foi expressiva, de 566 (em 2009) para 364 (em 2013). No entanto, o número de homicídios cometidos por policiais na folga saltou 40%.

O Estado é um dos poucos da Federação que mantém esse tipo de estatística discriminada. O Rio de Janeiro, por exemplo, não dispõe desses números. "Sabemos que é bem maior do que está registrado" , afirma Samira Bueno.

Em números de homicídios por policiais por 100 mil habitantes, o Rio permanece na liderança, enquanto São Paulo cai para quarto lugar, atrás da Bahia e do Pará.

Além disso, pela primeira vez o anuário assinalou números a respeito do custo da violência no país. Chegou a R$ 256 bilhões, algo em torno de 5% do PIB.

No que se chamou de custo social da violência (gastos com segurança privada, seguros contra roubos e furtos e sistema público de saúde), o valor chega a R$ 192 bilhões em 2013.

Houve pequeno aumento na confiança das polícias, que foi de 30% para 33% em pesquisa da FGV que ouviu 7.176 pessoas.



Fonte: D. Jornal