Um novo tratamento poderia aumentar, significativamente, a capacidade dos idosos em resistir à gripe e outros vírus.

Os pesquisadores da Universidade de Oxford criaram pesquisaram uma nova aplicação para uma substância já conhecida e afirmam que podem revolucionar a saúde. 

A droga poderia dar a um paciente de 90 anos o sistema imunológico de alguém com 20 anos.

O tratamento será clinicamente aplicado em humanos nos próximos meses. Isso poderia representar uma revolução contra a gripe. Estima-se que mais de 5.000 idosos morram com a doença, anualmente, apenas na Inglaterra.

As pessoas idosas não reagem tão bem quanto os jovens quando são vacinadas. A droga recém-descoberta poderia aumentar o potencial dessas pessoas em responder às vacinas, reduzindo drasticamente os perigos da influenza, o vírus da gripe.

A substância, chamada de espermidina, mostrou grande impacto em testes realizados em ratos e a tecnologia já está patenteada pelos pesquisadores responsáveis pelo estudo. O próximo passo é realizar testes de larga escala em voluntários.

A pesquisa ainda sugere a possibilidade da substância ser misturada com vacinas já existentes para melhorar seu efeito à respostas imunológicas.

As análises demonstraram que a espermidina pode aumentar a resposta de camundongos contra o vírus influenza (da gripe) e citomegalovírus – uma infecção comum que pode provocar problemas de visão e pneumonia.

Katja Simon, líder do estudo, disse: “As infecções virais como a gripe são desagradáveis para a maioria das pessoas, mas pode ser ainda mais grave se você tem mais de 65 anos. 

Nosso objetivo é fazer com que a proteção dos idosos seja ainda maior, não somente usando a vacina, mas melhorando sua eficácia com a espermidina”.

Acredita-se que as vacinas diminuem sua eficácia em pessoas mais velhas porque, à medida que envelhecemos, nosso sistema imunológico perde sua “memória”. Torna-se menos eficaz no reconhecimento de infecções, incluindo aquelas que já tivemos no passado. Uma das células envolvidas neste processo é as chamadas células T.

Por isso, quando um idoso tem contato com um vírus e seu corpo é incapaz de oferecer uma resposta imunológica eficaz, existe a possibilidade real de desenvolvimento de uma grave infecção ou morrer devido à complicações.


A espermidina teria a capacidade de restaurar essa memória imunitária, aumentando a eficácia de qualquer vacina.

Daniel Puleston, coautor do estudo, disse: “É o equivalente a uma pessoa de 90 anos responder a vacinação como alguém de 20 anos, o que torna este caminho muito interessante para direcionarmos como um grande potencial de impulsionar a proteção de pessoas mais velhas”.

Ele ainda acrescentou que a espermidina será importante em todo o mundo, ajudando a desenvolver vacinas mais eficazes e espera que em 5 ou 10 anos, a nova descoberta já esteja sendo aplicada nas campanhas governamentais de vacinação.

Saiba mais!

A espermidina reforça um processo chamado de autofagia celular, onde partes de uma célula que possuem defeitos, estão danificadas ou não possuem mais função adequada, são destruídas no interior da própria célula.



Fonte: J. Ciência