A Petrobras teve lucro líquido de R$ 4,959 bilhões no segundo trimestre, segundo balanço divulgado na noite desta sexta-feira (8), após o fechamento dos mercados. O resultado representa uma queda de 20% na comparação com o mesmo período do ano anterior (R$ 6,201 bilhões), e de 8% em relação ao primeiro trimestre deste ano (R$ 5,393 bilhões). 
Com isso, a petroleira encerra o primeiro semestre com lucro líquido de R$ 10,352 bilhões (queda de 25,5% em relação ao mesmo período de 2013, quando lucrou R$ 13,894 bilhões).
No comunicado que acompanha o balanço, a presidente Graça Foster sinaliza que a empresa deve aumentar o preço da gasolina. Ela diz que a Petrobras busca "convergência" dos preços dos combustíveis no Brasil com os valores internacionais para que a empresa consiga acertar suas contas.
"Encerro esta carta aos nossos investidores e acionistas reafirmando que o crescimento da produção de petróleo, gás natural e derivados, especialmente diesel e gasolina, já é uma realidade em nosso dia a dia. Assim, em paralelo aos aumentos de produção e redução de custos, buscamos a convergência dos preços de derivados no Brasil com os preços internacionais, de tal forma a tornar factível o atendimento dos indicadores financeiros, endividamento líquido/Ebitda e alavancagem, nos limites e prazos impostos à Diretoria Colegiada pelo Conselho de Administração em novembro de 2013", escreveu a executiva.
A empresa enfrenta um cenário adverso, com CPIs no Congresso, denúncias de irregularidades e investigações envolvendo operações da estatal no Brasil e no exterior.

Prejuízo com venda de combustíveis sobe 55%

Mais uma vez, a Petrobras registrou prejuízo de sua divisão de Abastecimento, em função da necessidade de importar petróleo e derivados e de não poder repassar a alta de preços ao consumidor.
A divisão teve prejuízo líquido de R$ 3,883 bilhões no segundo trimestre deste ano, aumento de 55% em relação ao verificado um ano antes (-R$ 2,509 bilhões).
A Petrobras compra combustíveis no exterior e revende-os no Brasil por um preço mais baixo, controlado pelo governo. Essa diferença afeta diretamente as contas da estatal. 
A política de reajustes tem sido motivo de atritos entre a presidente da companhia, Graça Foster, e a equipe da presidente Dilma Rousseff, preocupada com o controle da inflação no país.

Resultados operacionais

Do lado operacional, o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, em inglês) caiu 10,2%, para R$ 16,25 bilhões, novamente impactado pela defasagem de preços dos combustíveis vendidos no país em relação às cotações internacionais.
A receita de vendas da empresa no segundo trimestre foi de R$ 82,3 bilhões, uma alta de 11,8% em relação ao mesmo trimestre de 2013.
(Com Reuters e Valor)