Este mês, o Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI) completa um ano de funcionamento, com um novo padrão de atendimento público aos recém-nascidos, mas, sobretudo, um novo padrão para Goiânia, disponibilizando atenção integral à saúde da mulher. Com atendimento humanizado, pré-natal adequado, instalações modernas e assistência social e psicológica, o HMDI passa a ser referência em atendimento à gestante.

Desde a inauguração, há um ano, o índice de mortalidade infantil tem diminuído consideravelmente e as estatísticas mostram isso. “Acreditamos que o atendimento oferecido pelo Hospital e Maternidade Dona Iris vai ultrapassar as metas do ODM”, informa o secretário municipal de Saúde, Fernando Machado, se referindo aos oito Objetivos do Milênio, estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), que devem ser atingidos por todos os países até 2015.

De acordo com os dados do HMDI, das oito metas impostas pela ONU, duas delas, a de número 4 (reduzir a mortalidade na infância) e a de número 5 (melhorar a saúde materna), já foram cumpridas e devem ultrapassar o que foi preconizado. “A base para todas as mudanças foi a preocupação que nós tivemos com os índices de mortalidade e de nascidos com baixo peso no município de Goiânia”, explica o secretário. Esse índice de nascidos com baixo peso acaba refletindo muito nas internações em UTIs neonatal, ou seja, a criança nasce antes do tempo, ou sem condições adequadas, geralmente com insuficiência respiratória, ou outras doenças. Isso gerou a “crise da tal falta de leitos de UTI para crianças”.

Fernando Machado diz que na verdade não existia falta de leitos para recém-nascidos. “Existia, sim, uma necessidade de se melhorar a qualidade do pré-natal e criar uma situação de atendimento integral à mãe e à criança”, esclarece o secretário. Segundo ele, essa situação aconteceu por um motivo que poderia ter mais atenção: o pré-natal mal feito. “Nós percebemos isso e, então, a rede municipal tinha que se adaptar melhor ao pré-natal e também à questão do nascimento e do parto”. Ele explica que quando a gestante é bem avaliada, o parto é mais fácil, a medicação tem um efeito melhor e, por conseqüência, melhora a maturidade fetal.

A partir desse princípio, o Hospital e Maternidade Dona Iris foi criado, com atendimento mais humanizado e integral. Acompanhando a mulher desde o início da gestação e identificando, de forma bem precoce, as causas que levam à prematuridade e ao aumento da mortalidade, foi possível mudar a situação. Embora hoje o HMDI tenha um elevado índice de parto normal, ele também atende a chamada gestação de alto risco. “Hoje conseguimos realizar mais de 60% de partos normais, mesmo atendendo a gestação de alto risco. Nesse um ano de atendimento da maternidade conseguimos avançar muito nessa questão”, comemora o secretário.

Atendimento humanizado

Toda gestante que chega ao HMDI é avaliada e recebe uma classificação de risco, materno ou fetal. As próprias instalações da maternidade, com assistência social, psicológica e integralidade do atendimento dão o tom no quesito atendimento humanizado. “Temos vários indicadores que mostram esse acolhimento. A rapidez no atendimento é uma delas”, informa. No HMDI, a gestante que chega em trabalho de parto não deve esperar mais que 15 minutos para ser atendida. Outro item importante é o alojamento em conjunto. O trabalho de parto normal é estimulado e criança e mãe ficam juntas desde o nascimento. Não existe berçário. Se o bebê estiver bem fica com a mãe. Caso contrário vai para a UTI.
Além do tratamento na terapia intensiva, o HMDI traz outro trabalho inédito e importante: a mãe canguru, que permite maior vínculo do neonato com a família. Antes disso, a UTI era um local em que a mãe não tinha acesso, por receio de infecção. Agora, com a devida orientação e todos os cuidados, a mãe acompanha todo o tratamento do bebe de perto. Na maior parte do dia o bebê fica no colo da mãe, acompanhado por médicos e enfermeiros.
Outro ponto importante a ser destacado no atendimento humanizado é a diminuição da dor no trabalho de parto. “Todos os partos são acompanhados por analgesia. Existe um anestesista de plantão que faz um procedimento para a diminuição da dor durante o parto”, esclarece Fernando. De acordo com a diretoria técnica do HMDI, a taxa média de analgesia em partos é de 37.39%, apenas em partos normais. “Devido às medidas não medicamentosas, praticadas no HMDI, como massagens e exercícios leves, em 72.61% dos partos, não há necessidade de analgesia”, informa José Renato Rezende, diretor técnico do HMDI.

Números: desde a inauguração em 17/06/2012 até o dia 12/06/2013.


Total de leitos instalados: 55
Partos normais humanizados: 724
Partos cesáreas realizados: 586
Partos gemelares / trigemelares: 11
Total de partos: 1.312
Total de nascimentos (incluindo gêmeos): 1.324
Atendimentos ambulatoriais: 13.699 
Atendimentos de urgência e emergência: 7.001
Ultrassonografias: 6.711



Mais uma unidade

Um outro hospital e maternidade, nos mesmos padrões do HMDI, será construído no Setor Vera Cruz, Região Oeste de Goiânia. O projeto já foi aprovado e o Sistema de Convênio do Ministério da Saúde já liberou os recursos. A licitação deve ser concluída em aproximadamente 20 dias. Depois disso serão mais dois meses de trâmites para ser dada a ordem de serviço para a construção. A Prefeitura de Goiânia espera que, em no máximo um ano, a nova unidade será entregue à população. A capacidade será de 120 leitos maternos, obstétricos e pediátricos, além de mais 20 leitos de UTI neonatal. A capacidade de atendimento será de aproximadamente 500 partos por mês.

Fonte:  Rimene Amaral - Secom