Um encontro realizado na tarde desta quinta-feira (30), na sede da Secretaria Executiva de Defesa Civil do Recife (Codecir), localizada no bairro de Santo Amaro, traçou um panorama da situação encontrada no Conjunto Residencial Eldorado, no bairro do Arruda, Zona Norte do Recife. Como já anunciado anteriormente, os moradores terão um prazo de quinze dias para desocupar os 14 blocos, devido ao preocupante risco de desabamento. Somente no dia 10 de junho, data estipulada pela Codecir para entrega do laudo que vai apontar o grau de risco de desabamento, é que os residentes saberão se terão que deixar suas casas definitivamente. Ainda existe a possibilidade da restauração dos edifícios, com exceção do bloco A1, que já está em processo de desabamento.
    O estudo realizado pelo órgão apontou problemas no material utilizado na fundação do prédio, considerado de baixa resistência. De acordo a gestora de análise de risco tecnológico da Codecir, Elaine Holanda, a falha gerou uma degradação progressiva na estrutura. "A fundação utilizada na construção da alvenaria do prédio foi feita de um material fraco que não suportou o peso e causou o colapso da estrutura. Esse mesmo material foi utilizado em todos os outros blocos, ou seja, essas edificações estão passando pelo mesmo processo, só não há como prever a velocidade do desgaste", esclareceu.

    De acordo com a Codecir, os prédios foram erguidos pela Cooperativa Sete de Setembro, empresa já inexistente, que passou a responsabilidade para a Caixa Seguros, que deve se inteirar da situação e prestar a assistência cabível para as 224 famílias prejudicadas. 
    Conforme o secretário para assuntos jurídicos da PCR, Ricardo Correia, o prefeito Geraldo Júlio aguarda o acerto de uma reunião em Brasília para viabilizar recursos para contemplar os moradores do Eldorado com o auxílio moradia. Ainda de acordo com Ricardo Correia, por se tratar de um conjunto privado, a gestão municipal não deve interferir no âmbito jurídico, devendo o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) acompanhar o caso. "Cabe a Caixa Seguradora adotar todas as medidas cabíveis, se, por acaso, o órgão não cumprir com os compromissos, o MPPE será acionado, informou".
    Os moradores devem receber assistência social e psicológica, além da disponibilização dos meios para o transporte dos pertences retirados dos apartamentos. Um cadastramento será iniciado para traçar a real situação dos moradores e estabelecer medidas emergenciais para abrigá-los durante este processo.
    Fonte: Folha-Pe.